A Escola de Contas do TCM realizou, no final de julho, a palestra “Prestes Maia e a Expansão da Cidade”. Esse foi o terceiro evento do ciclo de palestras “Memória em Movimento”, que promove discussões envolvendo arquitetura e planejamento urbanístico paulistano.
A palestra foi regida pelo professor Dr. Vladmir Fernandes Maciel e pelo debatedor Antônio dos Santos Silveira, agente de Fiscalização da Coordenadoria VII (Urbanismo e Habitação) da Subsecretaria de Fiscalização e Controle do TCM. Vladmir é economista pela Universidade de São Paulo, mestre em economia de empresas e doutor em administração pública e governo pela Fundação Getúlio Vargas, além de ser coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.
Vladmir Maciel iniciou a palestra tratando dos antecedentes que influenciaram São Paulo e o engenheiro e arquiteto urbanista Francisco Prestes Maia, como a cisão dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil em 1917 e as relações entre o getulismo vigente com a centralização da administração pública paulistana. Prestes Maia, que iniciou uma nova era no planejamento urbano de São Paulo, trouxe o posicionamento urbano de Paris como influenciador global do desenvolvimento das cidades, indo desde a estética parisiense até a alocação urbana e sua relação com os rios – em um contexto observando a necessidade da água para desenvolvimento humano. Falou sobre a importância do Plano Diretor de Chicago como o primeiro planejamento urbano feito por Daniel Burnham e Edward H. Bennett, em 1909.
O contexto brasileiro da época também é importante para compreensão do desenvolvimento de São Paulo. Na ocasião vigente, o transporte utilizado eram os bondes, atrelados à Light, companhia canadense de energia. Com um plano de expansão metroviário conflitando com o congelamento das tarifas de bonde, pode-se enxergar a defasagem estrutural do transporte metroviário nos dias de hoje.
O especialista também discorreu sobre o engenheiro João Florence de Ulhôa Cintra e seu desenvolvimento de avenidas radiais e perimetrais inspiradas em Paris, uma demanda baixa de pessoas em São Paulo para ascensão do metrô na década de 20 versus o alto preço do investimento em metrô, e sobre o PUB 68, Plano Urbanístico Básico de São Paulo, focando nas cinco grandes áreas de atuação pública: desenvolvimento urbano, social, circulação e transportes, serviços urbanos e administração pública.
Com o término da palestra, abriu-se espaço para perguntas do público intermediadas pelo debatedor Antônio dos Santos. Um dos temas abordados foi a relação homem x natureza e como esta influencia no desenvolvimento contemporâneo da arquitetura paulistana.